Edição especial | 13º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
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Edição especial | 13º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres
Olá, companheiras de todo o mundo!
Começou no dia 7 de outubro o 13º Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Até o dia 12 de outubro, militantes feministas de todo o mundo se reúnem em Ancara, na Turquia, com o lema “Marcha Mundial das Mulheres: Força feminista para transformar o mundo!”. A organização também celebra seu 25º aniversário, comemorando um quarto de século de ação feminista e solidariedade internacional.
Esse 13º conta com a participação de mais de 100 delegadas de Coordenações Nacionais de 62 países de todo o mundo. O encontro, que ocorre a cada dois anos, age como uma assembleia geral e estrutura decisória para a Marcha Mundial das Mulheres. O EI oferece uma oportunidade importante de fortalecer o movimento, compartilhando lutas conforme as mulheres se engajam em análises e debates coletivos que incorporam diversas perspectivas internacionais.
O Encontro se iniciou em um momento difícil: um dia antes de começarem as atividades, morreu Nalu Faria, militante feminista brasileira fundamental para a organização da Marcha Mundial das Mulheres. No final de 2020, após a Ação Internacional da MMM, Nalu foi uma das companheiras que, com coragem e inspiração, propuseram a criação de um portal para divulgar as ideias e ações do feminismo internacional. Sem Nalu, não existiria Capire. Da mesma forma, a Marcha Mundial das Mulheres só é como é graças à persistência, ao trabalho e ao sonho de Nalu e suas companheiras. O Encontro Internacional seguiu, com tristeza, mas também com muito orgulho de Nalu, homenageando-a e honrando em cada debate o espírito revolucionário da companheira.
No Capire, publicamos nas últimas semanas artigos que trazem a história, as memórias e acúmulos das lutas da MMM ao longo dos anos, resgatando processos, reflexões e mobilizações que marcaram a organização. O primeiro artigo recupera a costura política e concreta, a muitas mãos, da Colcha da Solidariedade. No ano de 2005, no marco da 2ª Ação Internacional do movimento, a chamada Colcha da Solidariedade passou pelas mãos de mulheres de todos os continentes, que nela iam agregando pedaços de tecido representativos de suas lutas em 63 países e territórios. A Colcha da Solidariedade cumpria um papel simbólico: representava a união das mulheres em torno de um projeto político feminista, expresso naquele mesmo ano na Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade, que acompanhava a Colcha, e que foi lançada no 8 de março daquele ano, em São Paulo, Brasil. Paz, liberdade, justiça, solidariedade e igualdade eram os cinco valores que estruturavam a Carta. No artigo, é possível entender mais como se deu o processo de costura da colcha e ver fotos da ação.
E em 2010, no encerramento da 3ª Ação Internacional da MMM, foi realizada uma Grande Marcha pela Paz, em Bukavu, na República Democrática do Congo. Um dos objetivos da 3ª Ação era chamar a atenção para a violência sofrida por mulheres em territórios que se encontram em guerras e conflitos armados, apresentando as causas dessa violência. As ações evidenciaram que a violência sexista não é apenas um efeito colateral da militarização, mas um mecanismo fundamental do capitalismo, do racismo e do colonialismo. Nos conflitos, o estupro é usado como arma, e as mulheres são consideradas despojos de guerra. Naquele ano, a Marcha Mundial das Mulheres reforçou sua denúncia dos impactos da militarização na vida cotidiana dos povos, apresentando também alternativas feministas para a paz. No texto, é possível entender como se deu a escolha para a realização dessa mobilização internacional em Bukavu e como as lutas contra a militarização e à violência contra as mulheres se atualizam nos dias de hoje.
São muitas as reflexões que, ao avançarem ao longo dos anos, transformaram a Marcha Mundial das Mulheres e suas lutas. Nesse sentido, publicamos também um artigo que recupera o avanço da MMM na proposta da economia feminista, uma aposta política para a transformação do mundo e da vida das mulheres. Desde sua origem, as militantes do movimento identificavam que era preciso aprofundar uma visão feminista comum sobre a economia. Articulando teoria, prática e movimento, na Marcha Mundial das Mulheres a economia feminista é muito mais do que um conjunto de conceitos aplicados para explicar a economia: é uma estratégia para enfrentar o capitalismo racista e patriarcal e construir sociedades baseadas na sustentabilidade da vida. No artigo, recuperamos alguns marcos do processo que construiu essa visão política e apontamos alguns desafios do contexto atual.
Toda ação política depende da capacidade de organização coletiva de suas militantes, trabalhando juntas pelo mundo que queremos. Sobre isso, publicamos um artigo de Carmen Díaz, militante da Marcha Mundial das Mulheres do México, escrito a partir da sua participação na Escola Internacional de Organização Feminista (IFOS). No texto, Carmen introduz a importância da noção de sujeito político para o movimento feminista. Ela explica que “para construir o sujeito político, é preciso passar do individual ao coletivo, construir acordos em conjunto. Isso não significa apenas expressar nossa oposição ao sistema capitalista; não basta dizer “maldito patriarcado” ou “morte às empresas” e não agir. Temos de fazer algo a respeito, de forma coletiva. Nesse processo, nos tornamos protagonistas da nossa própria história.
As decisões sobre as Ações Internacionais da Marcha Mundial das Mulheres acontecem durante os Encontros Internacionais. Nessa edição que se inicia hoje, não será diferente. Ao longo desses dias de atividade, as mulheres decidirão sobre a 6ª Ação Internacional, a ser realizada durante o ano de 2025. Além disso, esses Encontros são momentos importantes de organização e articulação da MMM, atualização de debates, acordos e agendas. Retomamos aqui a galeria Memória viva: os Encontros Internacionais da Marcha Mundial das Mulheres, com fotos de todas as edições dos Encontros Internacionais já realizados até então.
Na construção de sujeitos políticos, conhecer nossa história, nossa memória, nosso legado e nossas antecessoras é essencial para radicalizarmos nossa ação no presente. Por isso, durante mais essa edição do Encontro Internacional da MMM, convidamos vocês a conferir esses textos e muitos outros disponíveis no Capire. Leia mais:
::: Colcha da Solidariedade, uma experiência feminista e internacionalista em 2005
Conheça a história da colcha feminista que atravessou países e continentes com artes e mensagens das mulheres | Experiência
::: Grande Marcha pela Paz, uma ação internacional na África em 2010
Conheça a experiência e aprendizados do encerramento da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres | Experiência
::: A economia feminista como ferramenta política da Marcha Mundial das Mulheres
A trajetória da MMM da luta contra a pobreza e a violência ao enfrentamento do conflito do capital contra a vida | Análise
::: O que significa construir um sujeito político feminista?
Em sua participação na Escola Feminista (IFOS), Carmen Díaz introduz a importância da noção de sujeito político para o movimento feminista | Análise
::: Memória viva: os Encontros Internacionais da Marcha Mundial das Mulheres
Veja nesta galeria imagens e relatos da história da Marcha Mundial das Mulheres | Galeria
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