Orgulho e luta feminista e LGBT+
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Olá, companheiras de todo o mundo!
No dia de hoje, enviamos um boletim especial para vocês relembrando alguns conteúdos publicados no Capire sobre as lutas LGBT+ e suas relações com o feminismo. Convidamos todas e todes a ler, reler e compartilhar.
Em maio deste ano, publicamos uma entrevista com a brasileira Luana Oliveira, integrante do Coletivo LGBT do Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) e uma das envolvidas na campanha por justiça para Lindolfo Kosmaki, assassinado por LGBTfobia em 2021. A existência LGBT+ no campo costuma ser ocultada nos discursos hegemônicos sobre quem são esses sujeitos, como essa fosse uma pauta urbana e individual. Em 2021, publicamos perspectivas de militantes LGBT+ da Via Campesina sobre as práticas de enfrentamento à LGBTfobia no campo.
Em 28 de junho de 2022, publicamos um vídeo com a participação de militantes feministas da Guatemala, Alemanha e Estados Unidos. A partir da realidade de cada território, elas expuseram as conexões existentes entre a agenda política LGBT+ e as agendas de seus movimentos. Evidenciar as conexões entre as lutas LGBT+ e as agendas antissistêmicas é fundamental para retirar o tema da sexualidade da invisibilidade e das caixinhas das “especificidades”.
Em texto e áudio, M. Adams, ativista do movimento Take Back the Land nos Estados Unidos, fala sobre as relações entre transfobia, racismo e colonialismo. Diante da violência sistemática das polícias e dos Estados contra os corpos negros e transgêneros, M. Adams aponta os caminhos de luta do transfeminismo negro. “Uma luta trans anticolonial é uma luta anticapitalista por autonomia corporal, controle reprodutivo e, em última instância, é uma luta por aquilo que é recriado e reproduzido na sociedade”, diz.
Em um artigo publicado há dois anos no Capire, Helena Zelic fala sobre as relações entre as lutas LGBT+, feministas e anticapitalistas, capazes de pautar, ao mesmo tempo, uma sexualidade livre e uma sociedade livre. “É a recusa aos padrões heteronormativos de beleza e comportamento, à formação patriarcal das famílias que inferioriza as mulheres, à violência”, diz o texto, que também alerta sobre as armadilhas neoliberais de negação e de apropriação da agenda LGBT+.
A resistência das dissidências sexuais e de gênero faz parte da crítica feminista à norma heterossexual e à mercantilização do corpo. Em um de nossos textos relatando o processo da Escola Internacional de Organização Feminista “Berta Cáceres” (IFOS, sigla em inglês), ocorrida em 2021, mostramos como esse tema foi debatido durante a Escola, incorporando-o em um debate mais amplo sobre autonomia e patriarcado.
A união entre o feminismo e as lutas LGBT+ tem muitos exemplos ao redor do mundo. Em 2022, publicamos um relato de Zahra Awaly sobre um protesto feminista e LGBT+ que tomou as ruas de Beirute, no Líbano. Zahra conta sobre o processo de organização da manifestação, sobre o contexto político do país, e sobre o envolvimento da Marcha Mundial das Mulheres.
No mesmo ano, logo antes do plebiscito que decidiria o Código das Famílias em Cuba, publicamos um texto da jornalista Beatriz Ramírez López avaliando a importância dessa nova legislação, que teve lugar central nos debates do povo cubano sobre igualdade e liberdade, e que expôs as disputas com setores conservadores da ilha. O código foi aprovado com 66% dos votos. “Este Código é um sonho consagrado em muitos anos de luta. Ele se justapõe à vontade política de criar uma sociedade inclusiva, com todas as nuances e diversidade dos seres humanos”, avalia Beatriz.
Também publicamos algumas indicações culturais: o poema “Irmã outsider”, da afro-americana Audre Lorde; o poema “Discurso”, da indiana Ruth Vanita; o longa-metragem “Rafiki”, da diretora queniana Wanuri Kahiu.
Com todos esses insumos, te convidamos a empunhar a bandeira da liberdade e da transformação radical de nossas sociedades!
Veja abaixo a lista com todos os link mencionados acima:
::: Código das Famílias em Cuba: até que o amor seja lei | Análise
::: “Discurso”: Ruth Vanita | Cultura
::: #EscolaFeminista: mulheres, corpos e sexualidades dissidentes em resistência | Experiência
::: “Irmã outsider”, de Audre Lorde | Cultura
::: LGBTs camponesas em luta: libertar a terra, libertar os corpos | Experiência
::: Luta LGBT+ no campo ecoa as vozes dos silenciados pela violência | Entrevista
::: Mulheres lésbicas e bissexuais: nossa luta é maior que nosso silêncio | Análise
::: “Nós recusamos, nos unimos, nos movimentamos”: Lutas LGBT+ no Líbano | Experiência
::: Orgulho e resistência LGBT+ nos movimentos populares | Vídeo
::: “Rafiki”, um filme de amor entre mulheres | Cultura
::: Transfeminismo negro, uma luta anticolonial e anticapitalista | Análise